Matias Cardoso: Touros matam morador de ilha do Rio São Francisco e atacam dois policiais militares

Dois touros de rodeio fugiram de um caminhão, mataram um morador e atacaram dois policiais militares em Matias Cardoso, no Norte de Minas. Os animais protagonizaram cenas dignas de um filme de terror na pequena Ilha de Curimatã, banhada pelo Rio São Francisco. O soldado e o sargento que sobreviveram à fúria dos touros, com ajuda de guardas municipais, dispararam mais de 70 tiros de pistola .40 contra os animais sem conseguir abatê-los. Somente com a ajuda de policiais de uma cidade vizinha, que usaram um fuzil, foi possível derrubar os dois touros. 
O subcomandante da Guarda Municipal, Ronicássio José Ferreira, presenciou a luta dos militares e ajudou a salvá-los. Ele conta que na tarde de ontem, a PM recebeu um chamado pelo 190 de moradores da ilha relatando a morte do morador Manoel Carlos Conceição, ferido por dois touros de rodeio. Os animais fugiram de um caminhão, que seguia por uma rodovia da região, atravessaram um trecho de rio e assombraram a ilha. Segundo Ferreira, as pessoas se esconderam em casa, porque os animais estavam furiosos partindo para cima de todos, mas Manoel não conseguiu escapar. 
Quando os policiais chegaram à Fazenda Abidalas, onde estava o corpo da vítima, foram surpreendidos pelos dois animais. Os touros cercaram o soldado Leandro e o sargento Freitas, designados para atendimento da ocorrência. “Disparamos várias vezes contra o bicho, porém por mais que os tiros acertavam nele, parecia que nada acontecia. Quando já estava próximo, efetuamos mais tiros e acertamos quase todos, porém ele não caia, momento este que tentamos correr”, relatou o soldado. 
O sargento esvaziou três carregadores com 15 tiros cada um, somando 45 disparos. O soldado, por sua vez, usou dois carregadores, com um total de 30 balas e, mesmo assim, os animais não sucumbiram. O sargento foi jogado ao chão pelo touro, sem que o colega conseguisse parar o bicho. O policial foi pisoteado enquanto o outro militar insistia nos disparos até ficar sem munição.
Mesmo ferido, o sargento conseguiu arremessar um carregador para o colega, que rearranjou a arma para chamar atenção do touro e salvar a vida do militar pisoteado. O sargento Freitas chegou a dizer para o parceiro “já era Leandro, vou morrer”. O soldado Leandro, no desespero, chegou a bater no touro com coronhadas, o que também não foi suficiente para matar o animal. Minutos depois, o touro, assustado com os tiros disparados pelo soldado, parou de pisotear Freitas, que foi arrastado e socorrido por guardas municipais. 
A Guarda e a PM atuam em parceria na região. De acordo com o subcomandante da Guarda Municipal, foi necessário pedir apoio para militares da cidade de Manga, que fica a cerca de 10 quilômetros da fazenda. Munidos com fuzis 556, os militares do município vizinho conseguiram abater os animais, depois de quase meia hora de terror. O soldado Leandro desabafou: “O sargento e eu estamos bem graças a Deus. Agradeço a Deus por estar vivo juntamente com meu companheiro e somente quem estava lá e presenciou aquelas cenas - que somente vimos em filme - sabe que nascemos novamente”.
A história repercutiu na pequena ilha e em toda a região. Moradores tentaram se mobilizar para encontrar o dono dos touros, mas de acordo com o subcomandante da Guarda Municipal, ainda não foi possível notificar ninguém pela morte do morador e pelo ataque aos militares. Os dois policiais foram para o hospital, mas já estão liberados porque tiveram apenas escoriações. O caso foi registrado pela PM em um boletim de ocorrência. A corporação tentou encontrar, pelo menos o gerente da fazenda, onde ocorreu o ataque, para questioná-lo sobre a entrada dos animais no terreno, porém não encontrou o responsável.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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